Por volta de 1890, no entanto, com o grande avanço da industrialização e conseqüente descoberta de novos materiais e métodos de construção, inicia-se, de forma geral, uma insatisfação com essa atmosfera eclética que tornava a arquitetura sujeita aos estilos históricos e aos preconceitos do passado. Artistas de todo o mundo ansiavam por uma arquitetura renovada, que acompanhasse os progressos da ciência de seu tempo, deixando para trás as velhas regras artísticas e resolvendo a recém-descoberta problemática da linguagem arquitetônica até então utilizada.
Dentro deste contexto de novas descobertas e superação das antigas tradições, não somente a arquitetura, mas a cultura artística em geral é reavaliada no sentido de ampliar o campo tradicional das artes, baseando-se na moderna concepção do mundo que estava cada vez mais evidente. Nasce então, como conseqüência dessa crise, uma nova forma de criar, descendente de jovens artistas que colocam em prática um novo estilo original com idéias, formas e experiências audaciosas e cada vez mais distantes do velho repertório das escolas.
A Art Nouveau, como foram chamados esses novos estilos, nasce então como o conjunto de vanguardas descendentes desse anseio pela novidade artística e conceitual, alcançada nas mais diversas áreas da arte e em diferentes lugares do mundo. Tanto na pintura, na arquitetura, no design ou em qualquer outra forma de produção da arte, o novo estilo é caracterizado por esse espírito de inovação, encarando a cultura artística em seu conjunto, e não mais em partes separadas (arte total).
Com certa ausência de excessos e maior exposição da razão dos materiais utilizados, o Art Nouveau foi inspirado no movimento inglês Arts and Crafts (artes e ofícios) – que já havia então restabelecido o valor do artesanato e do trabalho artístico – mas dispunha de novas formas e desenhos diferenciados que se inseriam dentro de uma produção industrial.
Na tentativa de transformar as artes industriais decorativas, o Art Nouveau traz também o ornamento sob uma visão diferente da que existia até então, de forma que o ornamento não só completa a estrutura, mas faz parte do objeto ao invés de estar somado a ele. Além do abandono dos estilos históricos, a tentativa de inserção da arte na vida cotidiana e a organização estrutural de acordo com a função são outras características comuns do movimento, que alguns autores chegam a considerar um dos primeiros passos rumo à arte moderna.
Em contraponto à duração relativamente curta dessa nova arte – apenas 15 anos – muitos de seus preceitos se incorporaram aos movimentos de vanguarda seguintes. Em meio a essa renovação das artes aplicadas disseminada por todo o mundo, se destacaram artistas como Victor Horta, Henry van de Velde, Viollet le Duc, Otto Wagner, Adolf Loos, etc – muitas vezes dando continuidade à linha de pensamento do inglês Morris (arts and crafts) ou às experiências francesas de Perret e Garnier.